Postby November Echo » Thu Jun 13, 2024 2:57 pm
Ah, o PSCPP... Que tipo de pessoa consegue abdicar quase que inteiramente do seu lazer e gastar dezenas de milhares de reais por ano para ter uma única chance de exercer uma profissão da qual sequer conhece as condições de trabalho, remuneração, muito menos o futuro?
Imagine o seguinte perfil: No auge da juventude, em 2015, um jovem de 35 anos possui um emprego que paga mais do que o suficiente para viver, mas que não demanda nem metade de sua capacidade. Ele descobre a suposta melhor profissão do mundo: trabalho pouco, ganha muito. Para acessá-la, basta acertar 85% em uma prova com uma bibliografia que corresponde a apenas 20% do edital de fiscos e 10% do número de inscritos.
Então, em 2028, chega o tão esperado edital. O aprovado é convocado na primeira turma em 2031, conclui seu treinamento em 2032, passa mais um ano pagando as dívidas da preparação, recuperando os gastos em cursos e simulados, empréstimos do período de PRP e custo da Joia. Dezoito anos de sua vida para, SE TUDO DER CERTO, começar a ter retorno financeiro aos 53 anos.
Agora, imagine se esse candidato reprova ou é designado para uma ZP onde precisa ficar 14 dias embarcado, ou então resta uma falida como Ilhéus, Alagoas, Natal...
Por isso, a maioria daqueles que se encaixam nesse perfil passam a viver do próprio estudo, sendo remunerados para ensinar seus próprios concorrentes. Será que se consideram tão superiores a ponto de ensinar com total dedicação? Ou será que aqueles que estão ajudando os concorrentes são os que sustentam os candidatos-professores para que estes possam se dedicar ao estudos?
Sendo justo, os estudantes de PSCPP são a nata da elite do Brasil e em ambos os lados desse cenário descrito a maioria são pessoas de boa fé. A falta de transparência e planejamento na gestão do PSCPP que é uma perversão, mas cada um é responsável por suas decisões.
Quando será o próximo? Já não importa mais, pois a certeza de que será ainda em vida é o suficiente para quem já abriu mão até agora. A menos que as regras do jogo mudem consideravelmente, não teremos nem 10% dos aprovados com menos de 5 anos de estudo e quem está acumulando pontos de títulos não está perdendo o sono com isso.